"Nunca deixo de ter em mente que o simples fato de existir já é divertido."


terça-feira, 10 de novembro de 2009

A ordem é nada mais, nada menos do que COMEÇAR!

Tudo começou assim: Um amigo na sexta-feira me disse "que tenha o melhor fim de semana de sua vida". E foi, foi um fim de semana prolongado com feriado na segunda-feira. Foi um fim de semana de libertação fisíca, mental e espiritual.

Sexta pela manhã a Dr. Cristina Perez me ligou para dizer que os médicos decidiram que vou passar por algumas sessões de radioterapia e que se estivesse disponível poderia ir ao hospital para quitar o catetér, nem pensei, em um par de horas já estava deitada na maca para tirá-lo, estava nervosa e soando, confesso que de todas as dores foi a pior, sem anestésico ou qualquer relaxante a Dra. Cristina foi puxando uma mangueirinha de mais ou menos 30 centimentos que subia a veia do lado direito do meu pescoço, foi uma dor quase que insuportNvel, digo "quase" porque o dia que sentir a tal dor insuportável não voltarei para contar (rsrsrs). Apesar da dor ainda sorri ao perceber que estava ficando livre, me senti um pássaro quando sae da gaiola, uma pomba quando fica livre pelas mãos de um ativista. Perguntei o que iam fazer com o catetér, a médica disse que jogar fora, fiquei com dó, pensei: "o coitado não me abandonou em nenhum momento, não me decepcionou, não posso abandoná-lo agora" não tive dúvidas, pedi para levar a casa. A médica e a enfermeira sorriram, não acreditaram e eu não tinha dúvidas.

Confesso que me senti mais feliz ao tirar o catetér do que no dia que recebi a noticia que estava curada, embora benéfico era um aparato que me recordava todo o processo e a doença. Tirar o catetér foi como participar da caída do muro de Berlin, é sonhar acordada, é poder abrir o coração, lutar, sonhar, ter objetivos, poder dizer sim, poder dizer não. Definitivamente nasci de novo, nasci não para recomeçar mais para COMEÇAR!

Andei pelas ruas de Moncloa como se fosse a primeira vez, meu coração estava transformando, sentia que a cada passo deixava para trás as dores, o medo, o rancor, as desilusões e as decepções. Começava um "eu" novinho em folha... E agora o que iria fazer? Foi a primeira vez de três meses que senti fome. Agradeci a Deus, agradeci pela oportunidade, sei que ainda não terminou, que tenho que fazer radioterapia para garantir o resultado e evitar novas recaídas, mas não deixei de ser grata, de recordar que Deus me ama, que Deus me quer bem. Mesmo com fome não tive vontade de voltar a casa, não tinha que perder tempo, queria caminhar, queria ver gente, é como se todos estivessem ali pelo mesmo propósito "comemorar".

Foi sem dúvidas um fim de semana onde os bons sentimentos reinaram em meu coração e que tudo em minha volta parecia colaborar, tive a oportunidade de viver um momento que apesar da distância foi exatamente como desejava, esperei por mais de uma década, foi uma libertação do meu coração. Perdoava, me sentia perdoada! Foi mais um "momento único" daqueles que numa fracção de segundo mudam nossas vidas para sempre. Foi surpreendende!

Todo este fim de semana terminou na Plaza Mayor com a comemoração da festa da Patrona de Madrid e com um lindo baile de flamenco.



Acabou o fim de semana, mas não acabaram os motivos de comemorar, de agradecer e de viver. Viver singularmente cada momento. Viver intensamente!

[ ]s
Eliana Guedes

Um comentário:

  1. parabens!
    deus tbm operou milagres em minha vida eu fiz transplante ano passado em maio, estou curada de LÑH.
    hoje sei o qto sou feliz e deus restaurou minha vida assim como esta fazendo com a sua.
    seja feliz!
    bjs cris.

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