"Nunca deixo de ter em mente que o simples fato de existir já é divertido."


terça-feira, 4 de agosto de 2009

Se não sabe ajudar não dificulta!


Hoje estou me perguntando sobre umas coisas. O comportamento das pessoas, a atitude, a sensibilidade. Não é a primeira vez que tenho câncer, não é a primeira vez que penso sobre as pessoas que estão ao meu redor. É um momento de aproximação e também de afastamento. Pessoas que menos você espera se aproxima, ajuda, acalma, zela, faz orações. Pessoas que conheço de anos, pessoas que conheço a pouco. Pessoas que nem sabe quem sou, pessoas que me conhecem até do avesso. Entretanto, existe aquelas que conheço de anos e até da familia que se vão. Se afastam! Por quê?

Tenho três respostas:

1 - Medo de pegar a doença;
2 - Não sabe como ajudar;
3 - Apatia.

Primeiro, câncer não é contagioso, nenhum tipo de câncer, nem mesmo os produzidos por vírus. Então deixa de neuras!

Segundo, não sabe ajudar? Ajudar não significa ter dó nem piedade, ajudar significa ser solidário, auxiliar, assistir, socorrer. E quando queremos, sabemos ajudar. Ajudar a fazer o dia da pessoa diferente, perguntar se precisa de um copo com água, um carinho, um cafuné, uma mensagem, uma oração, existem uma infinidades de formas de ajudar! E outra, está comprovado que a distância não impede de ajudar. Se pode estar presente mesmo morando do outro lado do Atlântico. Se pode estar ausente mesmo vivendo na mesma casa.

Terceiro, falta de sensibilidade é grave. Ter a coragem de ver o próximo sofrendo e não perguntar como estás, o que precisa, não ter empatia. Fazer de conta que tudo está normal e que nada vai atingi-lo. Me pergunto como pode uma pessoa assim ser boa para alguém? Como pode ainda ter alguém para ajudá-lo? Já me declarei dependente convicta, não sou ninguém sem alguém! Não sei como alguém tem a capacidade de ser autosuficiente para achar que pode viver só. O que penso é o seguinte, pessoas assim que se mostram indiferentes podem ter dois caminhos: Morrer na praia ou então aprender pela dor. Já que se mostra frio e distante, não tem como aprender com o sofrimentos dos outros, não tem capacidade de amar nem a sí próprio e muito menos os seus.

Meu conselho seria: Vamos ajudar, não estou dizendo isso porque preciso de ajuda. Mas porque todos nós precisamos de ajuda. E antes de ajudar um desconhecido, veja ao seu redor, veja sua mãe, seu pai, seus filhos, irmãos, amigos. Sempre terá alguém carente do calor de um abraço, de um beijo. Não sou contra ajudar alguém desconhecido, sou super a favor, "AJUDAR SEMPRE, INDEPENDENTE DE QUEM SEJA", o que não gosto é o tipo que ajuda Deus e o mundo e é incapaz de ajudar a esposa e o filho.

E por fim, se nenhum destes casos ainda não ajudar a amolecer o coração e cambiar de opinião, só lhe resta uma opção: " Tem medo de ter a doença, não sabe como ajudar, é insensível - então presta atenção - Não precisa facilitar a vida das pessoas "APENAS NÃO DIFICULTA".

Sou um pessoa de sorte, até mesmo sem merecer, se for fazer a lista das pessoas que me ajudam, que fazem do meu dia diferente, que me alegram, que me mandam mensagens, que me contam qualquer coisa para que eu esqueça o momento, se for apontar os nomes não caberia em um post, não caberia em dois. Nem tento, porque como são tantas pessoas tenho até medo de olvidar alguém. Só sei que sou uma pessoa de sorte grande!

E, no meio de tantas dificuldades estou aprendendo que ajudar é mais importante do que sair por ae dizendo que ama, "ajudar é executar, é por a mão na massa em prol de alguém!"

[ ]s
Eliana Guedes

Nenhum comentário:

Postar um comentário