Teoricamente já expliquei no que consiste um catéter e o processo de inserção. Agora vou tentar dizer o que é passar por isto.
Deixando de lado o nervosismo e a vontade de sair correndo, me senti apavorada e totalmente desamparada ao entrar pela terceira vez na sala de cirúrgia. A sensação é a mesma: sala fria, um vazio sem tamanho, pessoas estranhas, cheiro de morte. As únicas coisas que não me deixavam esquecer que "eu era eu" era a pulseira que levava no braço esquerdo e o anel que estava no dedo anelar do mesmo braço. As demais coisas não me pertenciam, não faziam parte de mim, nem mesmo o medo que senti ao ouvir o médico dizendo que seria simples e se necessário o anestesista estaria ali para me dar um anestésico calmante.
O médico me cobriu dos pés a cabeça, apenas parte do pescoço e do peito direito estava exposto. Começou pela limpeza, anestesia local, depois um corte (redondo na derme e epiderme) e logo, a introdução do catéter até a via aorta. Dor mesclada com ardor e a forte pressão pela inserção.
Uma sensação até então desconhecida, tenho a impressão que estava do avesso. A cada dia uma dor diferente, uma sensação nova, o que será hoje? o que será amanhã?
O pior ainda estava por vim. Terminado não sabia o que era o que, quando me dei conta do que tinha em meu peito desmaiei, é uma das coisas mais fortes que já vi em toda a minha vida! precisei de ajuda para trocar a roupa, precisei de uma cadeira de roda para locomover, precisei chorar para acalmar. Depois disso fiquei três horas de observação.
Me pergunto: DEUS É JUSTO? se for, ainda estou pra ver...
Amanhã começa o segundo ciclo e sei que não será mais fácil do que este, muito pelo contrário. E digo, estou vivendo graças a fé dos outros, graça a minha vontade de viver e comer (faço isto não por mim), graças ao amor e a piedade de minha mãe.
Antes pensava que não seria tão difícil, creía que os efeitos não seriam tão massacrantes, pensei que teria mais força. Me enganei! Sofro o doblo, não tenho forças, aos poucos a luz está apagando. Não encontro um motivo para me fazer abrir os olhos, não tenho uma razão para ter forças.
[ ]s
Eliana Guedes
Deixando de lado o nervosismo e a vontade de sair correndo, me senti apavorada e totalmente desamparada ao entrar pela terceira vez na sala de cirúrgia. A sensação é a mesma: sala fria, um vazio sem tamanho, pessoas estranhas, cheiro de morte. As únicas coisas que não me deixavam esquecer que "eu era eu" era a pulseira que levava no braço esquerdo e o anel que estava no dedo anelar do mesmo braço. As demais coisas não me pertenciam, não faziam parte de mim, nem mesmo o medo que senti ao ouvir o médico dizendo que seria simples e se necessário o anestesista estaria ali para me dar um anestésico calmante.
O médico me cobriu dos pés a cabeça, apenas parte do pescoço e do peito direito estava exposto. Começou pela limpeza, anestesia local, depois um corte (redondo na derme e epiderme) e logo, a introdução do catéter até a via aorta. Dor mesclada com ardor e a forte pressão pela inserção.
Uma sensação até então desconhecida, tenho a impressão que estava do avesso. A cada dia uma dor diferente, uma sensação nova, o que será hoje? o que será amanhã?
O pior ainda estava por vim. Terminado não sabia o que era o que, quando me dei conta do que tinha em meu peito desmaiei, é uma das coisas mais fortes que já vi em toda a minha vida! precisei de ajuda para trocar a roupa, precisei de uma cadeira de roda para locomover, precisei chorar para acalmar. Depois disso fiquei três horas de observação.
Me pergunto: DEUS É JUSTO? se for, ainda estou pra ver...
Amanhã começa o segundo ciclo e sei que não será mais fácil do que este, muito pelo contrário. E digo, estou vivendo graças a fé dos outros, graça a minha vontade de viver e comer (faço isto não por mim), graças ao amor e a piedade de minha mãe.
Antes pensava que não seria tão difícil, creía que os efeitos não seriam tão massacrantes, pensei que teria mais força. Me enganei! Sofro o doblo, não tenho forças, aos poucos a luz está apagando. Não encontro um motivo para me fazer abrir os olhos, não tenho uma razão para ter forças.
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Eliana Guedes
Oi Lili,
ResponderExcluirImagino que não está sendo nada fácil passar por este momento de sua vida! O que não podemos é desanimar, deixar a vida passar e não fazer nada... Sei o quanto você é guerreira e luta para conquistar o que almeja.
Esse com certeza será apenas mais um degrau que terá que galgar.
Tenho lembrado muito de você em minhas orações e tenho fé de que iremos no reencontrar muito em breve para comemorarmos o seu terceiro aniversário! Isso mesmo, 3º cumpleaños! Com direito a sítio... bexigas... bolo... e muitos amigos para festejar.
Bjos,
Com carinho... E esperança...
Gus!
Oi Lili,
ResponderExcluirEstou passando por aqui para dizer que estou torcendo e rezando para que Deus te ajude neste momento. Fiquei triste em ver que esa passando por estas dificuldades. Realmente é até dificil encontrar palavras, por isso, queria dizer que estou torcendo muito e enviando boas energias daqui.
Bjos, que Deus te abençoe Lili.
Paula Alves - Anhembi Morumbi
Gus e Paulinha muito obrigada pelo apoio e as palavras... Quando penso que não tenho mais forças, vejo que sempre tem alguém pensando em mim, torcendo e orando. Obrigada!!!
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